quinta-feira, agosto 28, 2008

Não é ficção é real.Parte 3

O retorno
No primeiro dia depois do recesso escolar lá estava Tadeu com um sorriso lindo no rosto e veio ao meu encontro dizendo: _Oi prof. eu estava com saudades.
Nesse instante me abraçou como se nada houvesse acontecido.Fiquei parada sem reação por um instante,mas retribui o abraço.Nesse dia tudo ocorreu muito bem.Passei determinar tarefas coisas que não fazia antes,pois não dava para confiar.Por alguns dias foi assim,muito interesse nas aulas,demonstrava querer aprender,buscava objetos na secretária sem aprontar como antes,pedia licença para sair ou levantar,batia educadamente na sala de minhas colegas e gentilmente pedia o que eu o mandava buscar.Recebia elogios de minhas colegas e eu estava muito feliz com aquela mudança.Meu sossego acabou,pois derrepente passou a agir da mesma forma descontrolado e tudo voltou a ser um pesadelo.Um colega havia feito uma raspagem na perna por ocasião de um acidente,e ele resolveu chutar a perna do outro,na tentativa de impedir torceu meu braço novamente.Depois pegou um cabo de vassoura e bateu na perna de uma colega o que gerou uma revolta nos colegas que são meus parceiros nessa caminhada.O fato que está muito difícil ao mesmo tempo não quero largar o barco,pois seria um fracasso total e eu nunca fui de abandonar algo.Visitando o Blog da Bia G. onde ela fala de um estado pombistíco a medida que ia lendo sua história lembrava Tadeu que como um bichinho pede socorro para ser salvo eu me emocionei,pois ao mesmo tempo que sinto uma impotência diante dos fatos eu o protejo não querendo que nada de ruim aconteça com ele ou que seja alvo de pedradas feito aquelas que se jogam nos pombos para afastá-los quando são indesejados.É complicado lidar com essas emoções.Cada dia que chego e tenho que medicá-lo,pois a vó esquece a medicação ai eu resolvi assumir uma tarefa que não é minha.Talvez me digam que sou louca,mas vou continuar para ver no que vai dar essa história.Ainda hoje sai de uma reunião onde falavámos justamente sobre a inclusão e ao final o grupo assistiu um video onde a mensagem era de resgate e do amor de mãe ao salvar o filho do perigo. Muitas vezes temos por nossos alunos esse querer de mãe e tentamos protegê-los(errado eu sei),pois somos educadores.Eu e minha orientadora educacional Rose(parceira incansável),nós emocionamos muito.Ela não me disse nada,mas seu olhar me disse muito mais que qualquer palavra.Vou seguir o conselho de BiaG não abandonar o barco e sei que nada nessa vida é por acaso.Volto.

terça-feira, agosto 26, 2008

Invernada Artística





As fotos são da apresentação da Invernada Artística da Escola Olga Benário Prestes.Minha aluna Maira é a primeira prenda escolhida por concurso,onde demonstrou além de simpátia e beleza que é muito culta,pois respondeu as questões da prova escrita,mostrando que sabe muito sobre o Rio Grande do Sul e de seu Município Alvorada.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Folclore 22 de agosto

O Saci
Como seria o saci em 2008?
Foi essa a pergunta que levou os alunos das turmas 41 e 42 da EscolaOlga Benário Prestes a ilustrarem com muita sensibilidade o Respeito com as Diferenças.Mostram através dos desenhos no Slide que tudo é possivel quando se tem força de vontade e que todos podem conviverem em harmonia e Paz.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê,já são seis horas!
Quando se vê,já é sexta-feira!
Quando se vê,já é Natal..
Quando se vê,já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde de mais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia,outra oportunidade,eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá sewrá a desse tempo que,infelizmente,nunca mais voltará.
Mário Quintana.

Esse poema recebi nessa semana de uma aluna da 4ª série Eduarda.Mário Quintana mostra através das palavras "o tempo " sabiamente.

sexta-feira, agosto 15, 2008

Metodológia X Tecnológia



Achei interessante o video sugerido pela Daiane que trouxe para meu Blog.

Não é ficção é real.Parte 2

Ação?Emoção?Terror?Ficção?
O fato é que não vou esquecer aquela quarta-feira 16/07.
Estavámos assistindo o filme"Som do Coração" na biblioteca,Tadeu pegou um maço de cartas do Naruto e jogava batendo com as mãos em cima da mesa.Os colegas pediram para eu tomar uma atitude,pois queriam ouvir.Fizemos um acordo "devolveria as cartas no final do turno",pois havia feito anteriormente um acordo com o Pai que as cartas ficariam em casa,pois ele fugia da sala para jogar.
O filme terminou e ao sairmos ele começou a gritar e pular descontrolado.Avançando em mim e segurando meu braço esquerdo torcia com extrema força.Ao mesmo tempo que sentia muita dor eu falava com ele,mas não me ouvia,foi então que duas colegas me ajudaram sair dali.Ao entrar na secretária ele entrou atrás gritando e chutando muito,me dizia nomes.A diretora veio e pediu que eu falasse com o pai pelo telefone,quando viu que falava com o pai biliscava minhas mãos e batia os pés gritando que queria falar com o pai.Então o pai falou com ele aparentemente se acalmou e concordou com o pai que as cartas ficariam comigo até o final do turno.
Quando pensamos que havia acalmado ele voltou gritando e invadiu a sala da direção que fazia naquele momento uma reunião com um grupo de mães.Chutava,dizia nomes,corria de um lado para outro sem termos controle sobre ele.
Fui para sala e logo em seguida ele entrou e saiu sem que eu percebesse.Minha cabeça já não coordenava mais nada nessa altura.Desci e o vi jogando cartas,dei um berro sem sentir(nada pedagógico eu sei),mas o fato que já nem eu sabia mais como agir.Voltou para sala comigo e fazia deboches e ria descontrolado.Ao chegar na sala subiu numa mesa e atirou as figuras que havia ganho no pátio para o alto e os colegas fizeram a festa.Imaginem o que era...
Nesta altura dos acontecimentos foi chamado o Conselho Tutelar,que prontamente veio e conversaram durante algum tempo com ele.Mesmo assim continuava descontrolado,chutando e proferindo nomes.Passavam das 17.40h. quando uma colega mandou que aproveitasse que estava conversando com a Conselheira eu fosse embora,temendo algo mais grave fui.
Nessa noite eu não dormi,não era só a dor fisica no braço era a dor moral ao pensar que tantos colegas por ai a fora são ou foram vitimas de agressão e em nome das Leis que não falam nunca nos Deveres passam ou passaram por situações piores que essa.Falam de Inclusão o discurso é muito lindo,mas cadê capacitação para sabermos lidar com tudo isso.Me fez perder o encanto e pensar em decistir do Pead,logo eu que justamente pensei em buscar algo novo para lidar com meu filho que um dia não foi entendido em sala de aula,por ter dificuldades de aprendizagem.É triste a realidade de nossas escolas,mais triste ainda foi me sentir impotente diante de uma criança.
Enfim chegou o recesso escolar e eu ficaria por um tempo longe e poderia refletir melhor e me preparar psicológicamente para recebê-lo após recesso.Pois a família deveria com ajuda do Conselho procurar ajuda médica.
Essa história continua volto logo contando a vocês como foi a volta e como será daqui até o final do ano.Aguardem tem muitas mudanças.Vale apena!!!