domingo, agosto 30, 2009

Marcas


A pergunta feita para que reflitissemos foi:

"Que marcas da sua prática pedagógica você gostaria de deixar nos seus alunos?"

No longo de 25 anos de magistério em exercício estadual e 30 somados ao período que atuei no município foram tantas as marcas deixadas positivas ou negativamente.
Digo positivas, porque muitos seguiram por caminhos brilhantes,pois ouviram as broncas dadas e os conselhos para que as atitudes fossem melhores.
Negativamente, porque em nome de acertos cometemos erros que se pudéssemos voltar atrás com certeza não tínhamos cometidos.
São tantas as lembranças que surgiram na mente ao ter lido o texto sugerido:"O Menininho" que está postado no Blog no vídeo abaixo.
Venho à lembrança minha primeira aluna com necessidades especiais se tivesse hoje o conhecimento que adquiri, quanta coisa poderia ter feito para contribuir muito mais no desenvolvimento dela. Ainda a pouco quando falava com ela no MSN me agradecia por ter sido a melhor prof. que encontrou.
E quantos não pensaram assim, porque uma bronca,uma palavra pronunciada de maneira ríspida ou dita no calor das emoções não magoou,desestimulou.
Meu Deus professor Nestor o que quis fazer com nós?Tirar das gavetas coisas que já estavam adormecidas?Balançar nossas estruturas já cansadas de tantas caminhadas?Ou quis fazer com que nos déssemos conta de que ainda a tempo de mudar o desenho da rosa?
Não sei a intenção, mas mexeu muito com as lembranças. Ouvir muitas vezes de alguns alunos que optarem pela carreira de professores de matemáticas, porque eu ensinei a gostar da disciplina, ou quando diz lembrar das canções que eu ensinava principalmente a menina da trouxa (folclore nordestino), dos passeios e viagens de excursões ou dos apoios das horas de dificuldades, isso enche de orgulho e dá uma emoção enorme.
Mas fiquei a pensar e aqueles que nos rejeitaram o que pensam?Que marcas deixamos neles?É complicada essa questão de marcas, porque nos esquecemos das que feriram ou magoaram lembrando sempre só o que foi positivo.
Espero sinceramente que tenham ficado as marcas da afetividade, da amizade construída ao longo de tantos momentos. Que eu tenha não desenhado tantas rosas assim, mas que tenha ensinado a plantá-las e a regá-las ao longo da vida de cada um.

O Menininho

sábado, agosto 29, 2009

Sábado na FAPA -Com lições de vida

Mais um sábado e mais uma vez na Fapa no curso de inclusão,hoje com o tema "Aspecto Históricos da Educação Especial ministrado brilhantemente pela Profª Me Rosilaine Menezes.
A professora além da parte histórica trouxe sua história como profissional na aréa da Educação de alunos com Necessidades Especiais.
O mais emocionante foi sua história como mãe de um menino com Necessidades Especiais.
Compreendemos então o que é conhecimento aliado as experiência.
Dizer tenho experiência é algo mas ter realmente essa é o mais difícil.
Deixo aqui registrado no meu Blog algumas das colocações feitas pela professora.

Reflexão:

"Estamos preparados para a inclusão"?

"Estamos abertos a receber o conhecimento para enfim fazer uma verdadeira inclusão"?

"Numa escola inclusiva todos tem que ser inclusivos."


Por fim...

"São muitos os mistérios do cérebro humano e os do coração."

Observação:Não deixe de entrar no site abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=P2XYLpKxZL8

quinta-feira, agosto 27, 2009

Aprendendo Alfabetizar






A cada dia eu me surpreendo comigo mesma,pois alguns anos atrás falar em alfabetizar era um horror,nem pensar a cada final de ano, quando era manifestado o desejo de assumir turmas minhas escolhas sempre eram quarto ano(3ª série) e quinto ano(4ª série).
Eu nunca manifestei se quer o desejo de assumir uma alfabetização.
Esse ano estou com duas turmas de segundo ano,sendo uma com alunos especiais e a outra com alunos repetentes por mais de duas vezes,sendo considerados alunos com necessidades educacionais especiais.
No inicio eu cheguei a duvidar que era capaz de dar conta de construir junto deles um aprendizado.
É natural em quem vem de tantos anos com as mesmas turmas ter inseguranças, medos e até duvidar que é capaz.
Também não me via assim fazendo tantos jogos,buscando alternativas para que aprendam melhor com os jogos e brincadeiras.
Fui buscar nos livros,mas não estava lá as respostas para que eles aprendessem a ler,mas estava nos livros nas páginas alguns exemplos de bingos,que adaptados serviram para eles brincarem enquanto aprendem,os potinhos de iogurt para que as dificuldades fossem trabalhadas de maneira bem colorida e divertida.
Como citei em colocação anterior muitas e muitas gravuras serviram para jogos silábicos,pequenos textos recortados para que fossem explorados por eles,mesmo que alguns ainda não dominem completamente a leitura,mas já escolhem os textos para levar para casa.
Também não foi esquecido a construção dos números e as histórinhas matemáticas que através de desenhos e ilustrações vão tornando cada dia mais agradáveis o aprendizado meu e deles.
Ao ver essa semana muitos deles lendo não dá para descrever a emoção.Ao presenciar os primeiros vôos, mesmo que desajeitados na construção da leitura e escrita posso entender,que eles são capazes de aprender mesmo que de maneira diferenciada.
Eu fui aos poucos com ajuda das colegas de classes paralelas tendo uma força e o apoio enorme,para buscar meus próprios meios de alfabetizar.
O importante que quando formam as palavras e conseguem ler eu não consigo deixar de ficar feliz em estar participando de todo esse processo para eles e para mim novo.



sábado, agosto 22, 2009

Curso Extensão de Necessidades Educacionais Especiais.



Hoje iniciamos um Curso de Extensão na FAPA digo iniciamos,pois junto comigo tem a Lu Dias,Rejane e Eliane e também a supervisora da minha escola(Olga Benário) Fernanda.
O curso Inclusão Escolar de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais(40Horas).
Hoje o tema foi: As Politicas de Inclusão na Trama Histórica_problematizando concepções.
O palestrante professor da rede municipal de Porto Alegre Marco Aurélio Ferraz com um conhecimento e a experiência de quem diáriamente trabalha com alunos portadores de necessidades especiais trouxe relatos de suas experiências dentro da escola onde trabalha na rede municipal como o que estava proposto para esse sábado.
O professor nos enviará o material para que possamos nos apropriar melhor do assunto tão polêmico que é a Inclusão Escolar dos Portadores de Necessidades Especiais.
Foi uma manhã de sábado muito bem aproveitada.
No próximo sábado teremos:
O processo de Inclusão na Escola Regular e seus Envolvidos-panorama de percepção .
Esperamos que seja tão cativante a palestra como a de hoje.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Aprendendo a ensinar










Eu sempre mencionei o fato de ao longo de trinta anos de magistério não ter alfabetizado.
Eu iniciei minha carreira como professora de pré escola e isso em um tempo que não era preciso você ter uma formação,bastava ter boa vontade e magistério e isso eu tinha.
Foram dois anos, logo em seguida eu fui para a coordenação pedagógica na Escola Municipal Podalirio e não fiquei muito tempo e acabei na sala de aula mas sempre com os alunos maiores.
Alguns segundos anos(hoje terceira série) dentro da turma encontrasse alunos com problemas de aprendizagem,mas nada que trabalhando as dificuldades essas não fossem superadas.
Ao me ver numa turma de segundo ano onde deveria dar continuidade ao trabalho de quem iniciou e teria que alfabetizar eu surtei.Procurei mil formas mas nada dava resultado,isso porque vinha de turmas que não necesssitavam de um trabalho mais diferenciado.
Muitas vezes você cria vicios que não são nada fáceis de abandonar e é grande a diferença em você lidar com os alunos maiores que não precisam de serem apresentados a descoberta da leitura e escrita.
Falei muito com pessoas que trabalhavam com alfabetização,mas nada cabia aplicar,pois muitos deles são alunos portadores de necessidades especiais educacionais.
Descobri então que cada uma turma é única e você tem que encontrar caminhos que melhor se adaptam a ela.Foi que fiz após penar muito.
Durante algum tempo busquei livros onde eu pudesse deles retirar gravuras,pequenos textos,letras,silabas e transformar tudo que parecia inútil em inúmeros jogos,fichas de leituras,gravuras para auto-ditado,números,histórinhas matemáticas...
Enfim fui produzindo e usando não só aqueles livros que dizemos não aptos a nossa turma,como potinhos de iogurt que foram transformados em jogos silábicos,potinhos de manteigas que são hoje portas-sílabas e letras do alfabeto móvel tudo isso para que eles possam brincar aprendendo.
Hoje são tantas coisas que quando vou para a escola preciso levar um sacolão para transportar as coisas que pareciam inúteis em coisas que fazem a diferença em sala de aula.
Não posso encerrar esse meu relato sem mencionar aqui a colega BiaG e a tutora Andréa Galego que em muitas ocasiões deram um empurram,um novo incentivo para que eu fosse construindo meu aprendizado como professora que precisa ensinar esses pequenos à construirem a escrita e dominarem a leitura.
Quando vejo eles lendo palavras simples e as com dificuldades ortógrafiacas posso sentir uma emoção que até então desconhecia.
Hoje eu sei o que é realmente essa emoção que só um professor que passa por uma turma de alfabetização é capaz de sentir.

Termino dizendo que todos que ainda não experimentaram essa sensação precisam antes de uma aposentadoria passar por uma turma de alfabetização para sentir enfim que o dever foi cumprido.
Continuo a aprender com meus alunos como posso ensiná-los a ler e a escrever.Juntos fomos construindo nossos recursos e buscando alternativas para que todos aprendam.
Foram mais que importante as colegas Adriana e Rosa nesse caminho de aprendizado,pois elas já vem com uma bagagem enorme de material ditático construido com sucatas e eu só fui me espelhando nelas para construir meus próprios recursos.
E as horas do conto que são quinzenais,somam com atividades globalizadas para essa construção de aprender a ensinar.

terça-feira, agosto 18, 2009

Eu e as tantas tecnológias.


Há pouco tempo atrás se falassem nessas tecnologias todas eu nem ligava, pois além de não saber lidar com essas parafernálias eu pensava que não era necessário eu saber.
Hoje não consigo me ver sem uma câmara fotográfica e olha que fotos sempre foi minha paixão, não consigo ficar um dia sem a internet e principalmente ficar sem o bate papo no gmail com a Rejane (ganhei a colega e agora amiga mais que virtual no PA/08).
Ainda aprendi tantas coisas e até me atrevo hoje a colocar uma música no Power Point, a fazer montagens em fotos e tantas coisas que em 2006 quando iniciou o curso a Distância eu apenas sabia digitar um texto no Word e olha lá.
Lembro-me da expressão no rosto da prof.Bea quando me observava a catar milhos na tecla do computador e hoje ouvir dela parabéns pelo crescimento é motivo de alegria.
Em casa só tinhas eletros domésticos simples de dona de casa. Hoje além do computador,a multifuncional,a máquina digital e por insistência de um colega me vejo com um pen-drive dependurado no pescoço,coisa essa que achava desnecessário.
As pesquisas nos sites de alfabetização se tornaram hábito,onde além de renovar as atividades posso ficar por dentro das novidades no mundo virtual da alfabetização.
Agora não consigo ficar sem essa parafernália toda e muito menos ficar um dia sem um bate papo no gmail com uma colega.
Como diz a Tati que será de nós após PEAD ?
Eu já tenho uma resposta depois que descobri esse mundo tecnológico não paro por ai. Vou buscar outros caminhos e descobrir muito mais além das descobertas que já fiz e que são parte da minha vida pessoal e profissional.

Volta as aulas X Gripe


Volta às aulas é sinônimo de festa de reencontro, de abraços e beijos para matar a saudades ou expressar o quanto desejamos que nossos alunos e amigos sejam bem vindos.
Mas voltar as aulas sem essas digamos assim expressões tornam um tanto frio,distante,sem calor humano.
Meus alunos vem todos querendo abraços e eu não consigo recusar.Hoje mesmo fui até a quinta série para dar um forte e caloroso abraço em uma ex-aluna que perderá a mãe no final de semana e não podia ter sido diferente.
Sei que o momento exige cuidados devido a gripe que se espalha por todo canto assombrando todos.
Mas deixar os pequenos longe desse calor humano é praticamente cruel,pois muitos deles só recebem esse afeto na escola.
Mudamos os hábitos em função da gripe, panos com álcool, janelas e portas abertas e o frio correndo que considero muito mais prejudicial à saúde e tantos outros cuidados em nome de proteção.
Nesse segundo dia de aula eles já retornaram conscientes dos cuidados para com a gripe e quando vão correr para o abraço vem uma freada e um certo desencanto vem no olhar.
Ontem quando falávamos sobre evitar os apertos de mão,beijos não resisti quando um pequeno mais que depressa me perguntou:_como os namorados e os pais ficariam sem beijar.
Eu tentei algumas explicações mas percebi que não convenci.
Era como se ele dissesse:Se pais e namorados podem porque eu não posso receber ou dar um beijo.
Difícil tarefa essa nossa educar para proteger.
Deus queira que passe logo essa gripe para que possamos todos sentir e retribuir os afetos de nossos pequenos e ver a sala repleta,pois muitos não retornaram com medo da gripe e com isso a aprendizagem fica totalmente prejudicada.