domingo, abril 25, 2010

Semear Atitudes Doces_Reflexão1

Para Piaget (2001, p. 18), o termo afetividade também designa os “sentimentos propriamente ditos e, em particular, as emoções”.

E é com uma emoção indescritível que trago para compartilhar com vocês uma história real que aconteceu durante a semana que passou. Na segunda-feira eu voltei de uma licença e fui recebida como sempre pelos alunos e como é habitual Kauã sempre me trás flores e desta vez não o vez, mas foi me buscar na porta da sala dos professores. Apesar de dizer todo dia que não gosta de mim e que sou chata sempre tem o mesmo ritual, as flores. As tentativas até então de a proximidade pela afetividade entre eu e ele pensava que estava sendo inútil, pois a cada carinho meu havia total rejeição.

Fomos para a sala e logo após para a nossa Hora do Conto e durante a hora do conto segurou minha mão e me disse algo que por momentos esqueci.Só tornei a lembrar na terça quando me perguntou se ainda precisava de cuidados.Neste momento lembrei o que eu havia me dito na hora do conto.

Ele havia me dito:_Professora quando morreu meu cachorro precisei de cuidados, porque fiquei muito triste, por isso vou segurar tua mão.

Tamanha e incrível sensação e ao mesmo tempo algo que não me saiu da cabeça:

_Será que realmente alguém percebeu a dor da perda do seu cão?

_Será que tinha a noção exata da dor de perder alguma coisa ou alguém?

Eu não sei, mas uma criança que tem uma percepção desta dimensão, apesar de suas limitações de aprendizagem deve ter sim a verdadeira noção de sentimentos de perda e dor.

Comentei com alguns colegas que o conhecem há mais tempo que eu sobre o que havia me dito e foram unânimes em dizer-me que talvez ele tenha aprendido o sentido da dor só, pois com tanto desajuste familiar impossível que alguém tenha percebido sua dor.

Os dias passaram até sexta ele se incumbiu de me cuidar, segurando minha mão pra descer e subir escadas, quando está aprontando eu falo e ele volta para o lugar e passou sentar-se na minha mesa sempre ao meu lado com a missão do cuidar.

Como se dará os dias a seguir não sei,mas o que hoje importa é pensar que uma criança possa ter noção exata do que é perda e conhecer desde cedo a dor desta perda externada no cão para não me dizer que perdeu a mãe e o pai e que a única presença é uma vó que talvez não tenha tempo de perceber tamanha dor.E são estas as crianças que fazem parte da nossa realidade e essa faz parte da minha vida profissional e eu não vou esquecer que depende de mim enquanto aluna do PEAD buscar caminhos para que elas aprendam a Semear Atitudes Doces.

Reflexão da semana2

Nesta semana tivemos a Hora do Conto que realizamos quinzenalmente e partindo delas são desenvolvidas as atividades desencadeadoras dentro das diversas áreas do conhecimento.Minha proposta é a partir das histórias ir construindo com os alunos atitudes boas,que possam mudar se não total,mas parcial as atitudes agressivas dos mesmos.Na interdisciplina LITERATURA INFANTO JUVENIL E APRENDIZAGEM, foi sugerido pela professora Suyan o texto:A importância das histórias.Segundo Fanny Abramovich “as histórias são importante para a formação de qualquer criança.Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo...”Ainda aponta que:O ouvir história pode estimular: o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo ( a mesma história ou outra );e isso é que pretendo que os pequenos possam Semear Atitudes Doces a partir dos exemplos de cada personagem das histórias contadas por nós na Hora do Conto.Como já mencionei eu juntamente colegas Adriana e Rosa trabalhamos com a Hora do Conto desde o ano passado e juntas planejamos as atividades desencadeadoras é um trabalho que vem dando certo e cada vez mais vamosaperfeiçoando e inserindo novos recursos.Esta semana trouxe a massinha de modelar como um recurso para além de fazer a releitura dos personagens e objetos,exercitar a criatividade de cada aluno e permitir que livremente se expressassem.A cubana Alga Marina Elizagaray diz uma coisa clara e importante: “O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar a admiração e que pode permitir-se ao luxo de fazer variações sobre o tema.” É apostando nisso que os temas e atividades escolhidas para a Hora do Conto são bem planejadas e que possam nos permitir trazer sempre exemplos de atitudes boas, positivas para que os alunos possam ir construindo além dos conhecimentos o Semear Atitudes Doces.

domingo, abril 18, 2010

Reflexão da semana

Por conta dos acontecimentos pessoais não estive na escola por três dias,mas mesmo assim iniciei uma pequena reflexão,que transcrevo para cá.


“... a cooperação conduz à constituição da verdadeira personalidade, isto é, à submissão efetiva do eu às regras reconhecidas como boas” (Piaget, 1998, p30)

Minha turma como já apresentei é diferenciada não só pelas dificuldades de aprendizagens que estão associadas a transtornos múltiplos, mas também pela falta de limites que quase diariamente eu preciso reforçá-las. Por sugestão da colega Ivana voltei a ler o texto: TRANSFORMAÇÕES NA CONVIVÊNCIA SEGUNDO MATURANA (Luciane Corte Real) que certamente vai me dar uma visão para encontrar não formulas mágicas mas um suporte para encontrar meios de estabelecer com eles não apenas vínculos afetivos,mas regras para o bom andamento do trabalho,pois é impossível aprender ou eu fazer um bom trabalho resolvendo tantos atritos entre eles.
No meio destas buscas encontrei outro texto que pretendo reler “Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?” (Jaqueline Picetti).
No texto a autora faz uma relevante reflexão sobre a violência e trás algumas das teorias de Piaget em torno do desenvolvimento moral das crianças. Como há minha semana foi diferenciada e muito complicada por razões que todos conhecem, apenas inicio minhas reflexões que darei continuidade ao longo da semana quando me apropriar da releitura integral dos textos que aqui abordei...

sábado, abril 10, 2010

Em busca de um caminho


Resolvi levar para a sala de aula um jogo de palavras do "Menino Maluquinho”. Queria testar primeiro se os jogos prenderiam a atenção deles por um tempo maior, se sabiam além de letras iniciais e finais, alfabeto, enfim... O que sabiam? Podia estar querendo que eles aprendessem algo que já sabiam e que não estava chamando atenção pelo fato de estar sendo repetitivo.
Qual minha surpresa:
Alguns alunos mais ou menos dez dos presentes conseguiram encaixar as letras de acordo com as gravuras de maneira correta ou quase. Os outros com minha intervenção iam encaixando as letras nos lugares e repetiam sozinhos a colocação das letras.
Os que normalmente aprontam todas, ficaram por determinado tempo brincando sem aceitar ajuda para fazerem de maneira correta.
Percebo que tudo tem um tempo. Que para eles tem de haver mudanças rápidas de atividades,porque perdem o foco logo e necessitam de algo mais,porém não há aprendizagem com está troca.
Ainda estou em busca de alguma coisa que possa prender a atenção e que haja aprendizagem significativas.Sendo ou não através de jogos,brincadeiras,desenhos tem de haver um jeito para prender a atenção dos pequenos.Também resolvi buscar alguns textos dos semestres passados de psicologia da educação e achei um da professora Luciane C. Real:
TRANSFORMAÇÕES NA CONVIVÊNCIA SEGUNDO MATURANA.Comecei a releitura buscando não encontrar nela formulas mágicas, mas alguma coisa quer me aponte idéias para mudar minha realidade de sala de aula. Maturana sustenta que a linguagem se fundamenta nas emoções e é a base para a convivência humana.

Alguns pontos de sua teoria ajudam-nos a pensar as relações entre os seres humanos no seu dia a dia, ou seja, nossas relações interpessoais. Uma das questões trazidas pelo autor é que estamos implicados em todas nossas relações, o que de certa forma, nos aponta a importância de sermos seres ativos em nosso universo de convivência.E a convivência não é algo muito fácil entre adultos muito menos entre crianças ou ainda aluno_professor.E isso eu sinto no dia -a -dia em sala de aula.

O autor aponta a busca da autonomia como uma alternativas, pois a na medida em que se tornam autônomos, eles não se limitam a receber passivamente informações vindas de fora e sim passam a construírem a sua aprendizagem. Eu me pergunto como fazer está construção de autonomias com tantas características emocionais, afetivas e neorológicas diferentes?Contudo estou disposta a ir construindo e aprendendo está tal autonomia de maneira que as relações afetivas e sociais se estabeleçam em sala de aula.

Continuarei lendo e voltarei breve.

quinta-feira, abril 01, 2010

Minha Turma

Ao longo dos meus anos de magistério tenho enfrentado turmas com perfis difíceis, ano que passou além de alguns alunos indisciplinados havia o fato de nunca ter alfabetizado, mas ao superar as minhas dificuldades com o alfabetizar os pequenos problemas de indisciplina foram sendo superados.
Esse ano eu sabia que seria uma turma diferenciada pelo fator aprendizagem, mas o que me causou tamanha surpresa foi a indisciplina somadas a outros fatores como necessidades especiais, o fator família sendo o abandono muito marcante.
Eu tenho tentado de diferentes formas atingi-los através do carinho, do estabelecer limites, mas mostram-se resistentes.
Ontem eu permaneci um longo tempo parada enfrente ao quadro a observá-los, apenas cuidando para que não se machucassem e era como se eu não estivesse ali.Me senti impotente,pois nada que tenha tentado surte efeitos.

Um vai para debaixo da mesa e não sai, outro esconde o rosto e não há quem faça que mostre, outro bate o tempo inteiro nos menores ou intimida com gestos agressivos. Ainda o tempo inteiro eu escuto o prô fulano pegou meu lápis, minha merenda, minha moeda e por ai vai.O não aceitar regras é complicado.
E meu Deus mais resolvo conflitos entre eles do que propriamente fazer meu papel que é ensinar. Parece-me que há uma rejeição por parte deles, mas ao mesmo tempo eles me encontram com flores e doces todos os dias, me esperam no portão, correm ao meu encontro. Solicitei à direção que me trocasse de turma, pois rejeição é comum ou eu não estou sabendo lidar com eles até pode ser.
Não posso negar que tenho toda ajuda necessária da direção, supervisão, orientação e as colegas da escola que são incansáveis em me dar o apoio para que tudo se resolva, mas soa como se você não fosse capaz de impor limites,regras, etc.
Tenho buscado respostas, mas confesso que me sinto frustrada, sem ver uma luz e com um estágio vindo ai me assusta muito a idéia do falhar.

Minhas conversas no gmail com algumas colegas têm sido muitas vezes em encontrar respostas e soluções.
Não costumo inventar coisas e dizer que tudo é perfeito, maravilhoso, não faz parte de minha personalidade colocar lindos trabalhos e dizer que está tudo perfeito. Até porque se receber a visita de minha supervisora saberá que não é o real da turma.
Tenho feito o possível dentro de sala para melhorar. Os jogos, as horas do conto, oficinas com jogos lúdicos de matemática, as oficinas de teatro,judô,letramento que a escola oferece dentro do Projeto mais Escola são minhas apostas para melhorar.
O trabalho conjunto de todos como Maura referiu sua importância em meu Blog tem sido uma esperança. Busquei saber dos que tinham avaliação médica o que se referia cada CID para entender melhor e como lidar com cada diversidade.
Mas nesse momento é eu saber como e se a arquitetura será possível e que caminhos posso seguir para não errar com eles.

Tenho a maior responsabilidade com estas crianças,sua integridade fisica,mental e moral depende de mim como professora e aluna de um Pead que aposta no novo como resultado