domingo, setembro 28, 2008

Não é ficção é real_Parte4_O Passeio ao Zoo

Quando participamos de Palestras sobre Educação ou outras que envolvem a Criança e ouvimos teorias fantásticas ou relas emocionados de especialista na educação ou em outras áreas, saímos repletos de esperança em realizarmos com nossos alunos algo se não parecidos, mas que se aproxime daquela realidade que nos foi mostrada.Só que na realidade não é bem isso, voltamos para a escola e por mais que tentamos mudar as coisas lá vem os empecilhos ou nos deparamos com Leis que nos impede.O caso Tadeu já vem a tempo sendo acompanhado por todos nós e nada mudou.Eu por mais que tente fazer por ele esbarro na Família toda desestruturada, em um Conselho Tutelar com pessoas sem o mínimo preparo (de especialistas) para julgar ou determinar uma solução para tamanho problema uma escola sem recursos humanos especializados,uma professora que não tem especialização para trabalhar com os distúbios de comportamentos.Hoje lendo dentro do nosso trabalho uma entrevista do Professor Caruso onde diz o seguinte: _No meu entendimento um professor comprometido é aquele que domina os conteúdos, tem um bom relacionamento com os alunos, tem boa didática, é dinâmico, criativo, inovador, planeja suas aulas, estimula os alunos, exerce sua autoridade respeitando os mesmos, ministra aulas desafiadoras, e, sobretudo alguém que acredite na força transformadora da educação e que eduque pelo exemplo e um professor que não apresente este perfil é sem dúvida um fator gerador de indisciplina. Então não me encaixo nesse perfil de educador citado pelo professor.Sempre antes de dar qualquer conteúdo eu me intero sobre ele, voltei a estudar pensando em uma nova proposta, busco sempre a família para perto, tenho um bom relacionamento com meus alunos independente da idade, me considero criativa, desafiadora, mas não sou esse educador ai não, pois não consigo fazer de minha sala de aula o lugar onde eu possa lidar com os distúrbios de comportamentos.Tadeu é prova viva disso, às vezes consigo com que ele trabalhe, demonstre interesse, não perturbe tanto o outro, mas muito eu não sei como agir.Outro dia levei os alunos passear e ele foi junto, portou-se como toda a criança que tem curiosidade com as coisas que não conhece, lanchou com os colegas dividindo o que levará, perguntou muito sobre as coisas que tinha interesse e voltou fascinado com o passeio.Veio ai na sexta-feira o Zôo e durante a semana não teve um dia que se portasse de maneira agressivo ou indisciplinado.Então me pediu para ir junto.Como poderia dizer não se queremos a inclusão, queremos ser educadores, ouvi de alguns colegas você está louca em levá-lo, eu respondia, mas ele está calmo se portou muito bem no outro passeio, se eu não levá-lo vão cair em cima dizendo que estou excluindo.Bem o fato é que o levei, até uma certa hora estava tranqüilo, ao meio dia eu o mediquei como a mãe havia recomendado e tudo parecia perfeito.Eram aproximadamente umas 14:45h quando um grupo me pediu para acompanhá-los até a girafa, eu então pedi para algumas mães que ficassem de olho nele.Tudo acertado eu sai e quando voltei ao local onde estavam estava uns enormes rebuliços formados.As crianças vieram correndo e me disseram Tadeu deu numa mãe que esta grávida.Subi correndo até a praça e lá estava Tadeu enlouquecido, era um choro descontrolado, alias um berro eu me aproximei e ele mais gritava dizendo altos palavrões.A mãe se aproximou tentando me explicar o que havia acontecido, ele partiu para cima querendo chutá-la, eu o segurei e fiz com que sentasse e cada vez chutava mais, seu rosto se transformou e no olhar algo que parecia com o olhar de um animal feroz pronto para devorar a presa.Nunca havia visto algo semelhante.Tentei controlar e pedia para mãe sair dali, as pessoas olhavam sem entender e ouvia alguém dizer chama o guarda que ele está agredindo a mãe, nesse caso eu que tentava impedir que ferisse a mãe grávida.Uma colega entendeu meu desespero e tirou a mãe de perto então eu o soltei saiu descontrolado em direção ao banheiro torneira todo e eu permaneci ali imóvel, outra mãe veio e me disse professora eu trabalho com pessoas com transtorno bipolar deixe eu tomo conta, procure acalmar os outros.Nessa altura já estava rouca, mas mesmo assim eu pedi a todos que se dirigissem ao ônibus para voltarmos e que evitassem falar com o colega.Ai terminou o passeio que tinha tudo para ser um excelente passeio.Voltamos todos calados e ele falava com os colegas como se não tivesse ocorrido nada.Ao chegar na escola tive de enfrentar a direção que me disse porque levou?E sem voz pelo emocional abalado, frustrada por tentar não excluir, sem saber como agir tive de ouvir com ou sem razão o que mães e direção me disseram.Voltei para casa e só hoje me sinto um pouco melhor para fazer esse relato.

4 comentários:

Ilsa Machado disse...

Aiiiiiiinnnnnn Jurema!!! Que stress esse menino..também tenho um caso parecido na minha turma..só que ele tem atendimento com psiquiatra e começou a tomar medicação. Agora está bem melhor..antes era um horror..se eu te contar o que ele fazia..espero que vc consiga contornar este problema da melhor forma possível..BjÔOOOOOO

Jurema disse...

Olá Ilsa o meu aluno toma medicação também só que ele finge que engole e põe fora.Descobrimos isso hoje.De qualquer forma obrigado pelo apoio.

Paulo disse...

Jurema, obrigado pelo comentário deixado no portfólio.

Um abraço.

biapedag.blogspot.com disse...

Oi, Jurema, querida! Hoje estou passando rápido, mas volto outra hora pra conversar mais. Entretanto, quero te relembrar (rsrsrs) que as respostas que envias para quem escreve no teu blog...devem ser colocadas no blog de quem enviou e não, no teu, sua danada!rs (Essa é boa...) Bjcas.