Relatório Reflexivo

Durante quatro dias eu troquei de lugar com meus alunos.
Quando combinamos como seria essa semana,não pensei que daria certo,que levariam na brincadeira ou que virasse uma bagunça ou que esquecessem ,porque na segunda não teriam aula.

No primeiro dia isso,terça feira estavam querendo assumir a fila e liberei para ver o que ia acontecer.Subiram normalmente como se os colegas professores do dia fossem eu.

Ao chegarem na sala mostraram para que vieram logo na primeira atividade que foi uma aula de matemática muito bem planejada me provaram que aprenderam muito bem as frações e inovaram usando criativamente os desenhos.

E eu que pensei que matemática nessa semana não teria vez,foi a matéria mais presente.Veio então uma versão do Buddy Poke super inteligente.A cada atividade uma surpresa e isso durante toda a semana.

Cada um sózinho ou em grupo demonstrou aquilo que sabia e eu participei como aluna e poucas vezes eu tive de intervir por causa da indisciplina.

Na terça a noite no gmail conversei com a Simone e relatei a ela minha emoção naquela primeira aula.

Me perguntou qual era meu objetivo e se era a primeira vez que eu fazia esse tipo de atividade.

Em minha conversa com ela disse que meu objetivo era me colocar no lugar dos alunos,ver se realmente o que eu aprendi no PEAD até agora tem sido útil na minha prática como educadora,me colocar no lugar deles(alunos) e ver qual é a reação diante do que propômos dentro de nossas salas de aula.

Que era a primeira vez que me atrevia estar em outro lugar(de aluno) e entregar a sala de aula para eles.

Também falamos na reação dos colegas da escola diante da proposta( que algumas encarram como maluquice,outras não opinaram e poucos foram o apoio).

Estar no lugar do aluno você consegue perceber coisas simples como dar oportunidades de mostrar talentos,colar um adesivo no caderno,dar uma explicação,fazer um carinho,expor ou elogiar os trabalhos e outras que às vezes passam despercebidos e deixamos de ver transparecer essas emoções.

Nessa minha trajetória de poucos dias algumas coisas me emocionaram muito.

A participação de Daniel um aluno muito timido que apesar de ter uma atividade como artista não se relaciona com os colegas e no seu dia de professor trouxe o violão e junto com o colega Samuel(que não tem paradeiro),emocionaram todos os colegas,nossa orientadora educacional e a mim.

Samuel tocou flauta doce acompanhando o som do violão.

Na flauta sózinho a pedido da orientadora Samuel tocou uma música que fala de Porto Alegre.

Nesse dia pela primeira vez pude observar meu outro aluno que tem sérios problemas indisciplinares calado,com o olhar fixo nos colegas e mais do que isso vi lágrimas de emoção nos olhos dele.

Minha colega que estava lá e vem acompanhando ele já a muitos anos me chamou atenção para o fato e vi emoção nela também.

Ao sair me disse são esses momentos que nos fazem perceber muitas coisas e na noite me enviou uma mensagem que tinha muito haver com o que havia me dito.

Ver também William outro sapeca ensinando a desenhar numa malha quadriculada com tanta desenvoltura me encheu de orgulho,pois percebi ali que o que ensinará ele tinha realmente aprendido apesar de nunca ter feito antes.

Também houve momentos meus de trocas como se fosse colega mesmo deles,principalmente na hora do lanche ou quando havia pinturas que solicitavam empréstimos de materias.

Na sexta o último dia as atividades foram reduzidas,pois havia a Festa das Crianças,alguns desempenharam a função de professores organizadores e foram muito bons no que se propuseram.

No dia que falei com a Simone falei do brilho no olhar das crianças,que seria inesquecivel para mim e para eles,que estava empolgada com a idéia como a tempo não me sentia assim.Me disse que seria uma grande troca.E foi...

Durante a semana houve mais do que trocas de papéis houve um aprendizado mútuo.