sexta-feira, abril 17, 2009

Aprendizagem

Bem nesses últimos tempos confesso que tem sido um longo caminho de construção de coisas novas e de aprendizagens inovadoras dentro de todos os sentidos na minha vida tanto pessoal como profissional.
Pessoalmente estou me preparando para aprender a ser avó, novo para mim. Até então estava aprendendo a ser mãe tarefa essa não muito simples.
Posso dizer que aprendi muito dentro do PEAD com minhas colegas,professoras e tutoras a lidar com as tecnologias que até então desconhecia,a buscar as leituras para um aperfeiçoamento.Sem dúvida aprendi muito:a por imagens,baixar vídeos,fazer link,etc. Como também posso dizer que os conhecimentos adquiridos divido com muitas colegas quando solicitada.
Mas nada se compara o maior de todos aprendizado a qual estou construindo e que ainda irei construir ao longo desse ano.
Eu com trinta anos de magistério nunca havia antes entrado numa sala de aula para alfabetizar.Confesso que pensei ser tarefa fácil.
Esse ano logo que cheguei a escola vim saber que teria uma turma de segundo ano,mas que os alunos tinham muitos problemas de aprendizagem.
Pirei... Entrei em pânico...Perdi o sono..
Fui logo dizendo com muita humildade a direção, supervisão, e orientação da escola que nunca havia alfabetizado.
Precisava de ajuda e fui buscar essa ajuda com colegas do Pólo que sem demora me mandaram exemplos de atividades, mas não dava para aplicar muitas coisas, pois a turma tem sérios problemas de indisciplina, muitos portadores de necessidades especiais de aprendizagens e outros...
Tinha que encontrar um caminho, um jeito para lidar com essa situação nova na minha vida profissional.
Pelo fato de trabalhar com os maiores, me vi obrigada a fazer uma analise de mim mesma, mudando meu jeito de falar, pois o medo de causar um trauma nos pequenos era maior que meu medo de aprender alfabetizar, de mudar conceitos que vinham impregnados ao longo desses trinta anos.
E para tudo isso tive de buscar ajuda com a supervisão e orientação na escola de onde recebi todo o apoio necessário para mudanças que estão acontecendo e que irão acontecer durante o ano.
A primeira coisa foi assumir que não tinha prática nenhuma. Só conhecimentos teóricos que não me dizem muito. Depois fazermos uma analise de cada aluno caso por caso, ver quais eram problemas comportamentais, necessidades especiais e de aprendizagens. Em que tinham dificuldades e como saná-las.
A próxima etapa será a reunião com os pais para que venham somar nessa caminhada, ajudando nas tarefas de casa, incentivando seus filhos para que a auto-estima que é baixa aumente e que juntos todos eu, pais, alunos e direção e equipe possamos construir esse caminho de aprendizado que é muito novo para mim.
Descobri que ser professora alfabetizadora é ter muito mais que um dom. E isso eu não sei se tenho,por enquanto estou aprendendo a construir junto deles e veja que é difícil se desligar de velhas práticas,estou aprendendo a sentar no chão,a brincar,pular e ser muito doida,pois quem me vê assim pulando feito uma palhaça deve de dizer:_” essa doida ai é a Jurema aquela que trabalhava só com os alunos de quarta ou terceira série?”
Ter noções de alfabetização, dos métodos não é o mesmo que por em prática essas teorias todas.
Eu por hora estou usando um pouco de tudo em sala de aula hora tento o som,outras o letramento e as vezes me vejo construindo as silábas para que possamos juntos aprender.
Aquela velha e notória prática que é trazer o planejamento do dia,com os conteúdos prévios construídos,pois tinha com as quartas um horário e mesmo tendo levado muito do que aprendi no PEAD os alunos não interferiam muito.
Hoje a intervenção dos alunos é bem mais que antes, apesar de serem pequenos sabem para que vieram e para que estão ali em sala de aula.
Me cobram muito,perguntam o tempo inteiro.
_Ufa saio dali quase louca no final do dia!
Mas está valendo a pena o aprendizado está sendo tanto meu quanto deles alunos,como também da equipe da escola que atormento o dia inteiro buscando alternativas,para que eu possa construir e que possa dar resultados possitivos.

6 comentários:

biapedag.blogspot.com disse...

Oi, Jurema! Pensavas que eu não viria? rsEstou aqui, de volta.
Primeiro quero te dizer que li com alegria teu relato sobre a visita à casa do João. E, sim, Páscoa é renovação. Renovação que se dá todos os dias, quando refletes sobre tuas dificuldades, quando buscas ajuda e quando consegues te colocar no luygar do outro: neste caso, teu aluno. Fui alfabetizadora durante algum tempo e lembro que a ansiedade maior, geralmente, vinha dos pais. Eu acredito firmemente que a alfabetização não se refere somente a decodificação de codigos. A alfabetização total é, em Ciências, estudos sociais, matemática, Português , em valores, em vida!
Como somos referência para esses pequenos devemos lembrar que se gritamos, eles vão pensar que o grito é o caminho, se somos intolerantes, sem paciência, da mesma forma... Admiro tua disposição e coragem em assumir tão importante desafio. Ontem assisti ao Globo Repórter e vi a Hortência, do Basquete< falar sobre a importância que a respiração tinha no momento em que fazia seus lances livres. Então, eu te digo: respira fundo e vai!
Beijocas

biapedag.blogspot.com disse...

Oi, querida! Vim agradecer teu comentário lá no meu blog e fazer mais uma provocação(rs, já que gostas tanto!)
Lê e reflete:
Tens uma turma de alunos e sabes que alguns são católicos, outros evangélicos, enfim, são de religiões e credos diferentes. Uma colega tua, entra na sala e, mesmo de posse destas informações, propõe que o grupo reze uma oração da sua religião e distribui uns santinhos. O que pensas sobre isso? rs Seguimos na conversa....
Beijocas

Jurema disse...

Olá Bea
Como sempre a mania de responder por aqui fica mais interessante.
Respondendo:
_Já tive politicos em sala se fazendo de louco e distribuindo santinhos(canetinhas)rsrs.
Mas vejamos vou primeiro te responder assim se de fato a colega fizesse isso teria uma acolhida afinal vivemos a idéia da diversidade,estamos na era dos cultos onde as religiões se misturam,e por ai vai não teria eu problema,ams teria os pais que provável não gostariam de estarmos nos metendo na crença deles.Complica.Pensando por esse lado aceitar atividades dos outros seria assim como se meter em algo que complica,mas podemos também descomplicar adaptando para nossa realidade.Portando tem tua provocação muitas interpretações.Vou esperar vc provocar mais um tanto.Ju

biapedag.blogspot.com disse...

Ora, ora, sua danada! Fica mais interessante para quem? Vamos nos colocar no lugar do outro, vizinha? rs
Bem, vamos lá...
Eu poderia ser outra colega tua e pensar assim: ora, se ela deu abertura para falar e distribuir santinhos daquela religião, eu, que sou de outra, também vou querer. E aí, Jurema, outra colega, que é de outra também, e outros e outros. No momento em que quisessses "cortar" tantas entradas, alguém poderia te responder: mas se as outras religiões puderam, por que não, a minha? Se falou de uma, fale das outras...
Complicado, não?
Veja por outro lado: quando envias pela lista da faculdade uma oração estás partilhando algo que acreditas, de uma religião que respeitas, e que julgas interessante partilhar. Mesmo que, aparentemente, essa lista seja para questões acadêmicas.. . Entretanto, talvez não tenhas te dado conta que nem todas as tuas colegas podem receber essa oração com o sentimento qu tu receberias, simplesmente pelo fato de serem de outra crença, de outra religião.
rs Que tal? Seguimos...

LIDIANE disse...

Oi Ju! Estive por aqui! tenho a te dizer que fiquei muito emocionada ao ler tua postagem sobre a visita que fizeste ao teu aluno, infelizmente acidentado! Parabéns por te fazeres presente neste momento tão importante da vida dele! Isso só prova o que eu já sabia, que és uma ótima profissional e te doas muito naquilo que tu fazes! Bjus Lidi

Jurema disse...

Vamos lá vizinha pensou que havia desistido de trocar ficurinhas contigo.Nana-nina-não como meus pequenos dizem.Mas como diz complica mesmo uma porção de gente querendo dar uma rezadinha.Mas quando eu me referi na postagem que pedi ajuda é porque eu nunca alfabetizei e não tenho segurança,estou tentando encontrá-la.Se me desse uma quarta série(5ºano)tirava de letra.Voltando ao assunto eu encontrei uma turma de 30 pequenos e todos com uma história de vida complicada somando a aprendizagem que devo descomplicar.Mas quando busquei ajuda com a direção,supervisão,orientação e familia é porque acredito fielmente que a aprendizagem só ocorre quando todos estão engajados em buscar soluções para resolver os problemas,mas o principal é que as resoluções dos problemas é sim de toda a comunidade escolar,mesmo que nem todos rezem a mesma cartilha.As vezes posso estar errada,mas partilhar orações e crenças diferenciadas podem ser de grande valia,desde que não acha abuso de liberdade.Voltamos.