Pessoas com mais de 15 anos - mesmo na condição de alunos - não são crianças crescidas. Da mesma forma que, no trabalho, um senhor de 50 anos não ouve do chefe "Vamos fazer um relatório bem bonitinho", ele não deve vivenciar situações como essa na escola.
O trato infantilizado é um dos motivos da evasão nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e nasce com a ideia equivocada de que se deve dar ao estudante, jovem ou adulto, o que ele não teve quando criança. Por causa disso, é preciso também mudar a abordagem e, muitas vezes, o conteúdo. Trabalhar com material didático infantil sem levar em conta as expectativas de aprendizagem e os conhecimentos prévios é um equívoco com a mesma raiz.
A EJA tem de ser encarada como um atendimento específico, que pede um currículo próprio. Só assim o grupo vai aprender e tomar consciência do que está fazendo.
Se o educador quiser abordar a origem do ser humano, deve tratar o tema de forma adulta, com respeito à diversidade religiosa - sem se desviar das propostas curriculares - e aprofundar a discussão científica, mais do que faria numa turma de crianças.
E, embora a necessidade de respeito à vivência prévia valha para todos os alunos, seja lá qual for a idade deles, no caso de jovens e adultos essa é mais uma premissa fundamental. Cantigas e parlendas - usadas na alfabetização dos pequenos - podem ser substituídas por poesias, mais apropriadas para os leitores mais velhos.
Extraido da Revista Nova Escola-abril09
3 comentários:
Oi Jurema!
A EJA possui um identidade própria dentro da escola e deve ser repensada conforme a realidade dos seus alunos.
Qual seria tua opinião a respeito deste tema?
Abraços,
Vanessa
Jurema, teu blog está excelente. Gostei de ver.
Um abração
Bea
Vanessa como sabe não gosto de deixar sem resposta.Então vamos lá:Eu vim a ter algum conhecimento sobre EJA agora até então nunca havia lido sobre o assunto.Mas eu não vejo o empoderamento(autonomia) dentro da EJA,pois os programas são seguido de acordo com as orientações recebidas,pelo que andei lendo e em conversa com colegas elas recebem um planejamento e seguem a risca,pois precisam vencer no prazo para que ocorra os avanços e muito pouco são usados tempo para trazer a realidade dos alunos para a sala de aula.Assim como levamos em conta os conhecimentos dos alunos de turmas regulares devemos considerar os conhecimentos dos alunos do EJA.
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