sábado, maio 15, 2010

Reflexão Semana5

“numa visão construtivista, a leitura é uma atividade complementar a produção, ou seja, para o sujeito se apropriar de um determinado objeto de conhecimento ele constrói representações e as interpreta. Ler não é decifrar, não equivale a reproduzir com a boca o que o olho reconhece visualmente, isto porque a atividade de leitura supõe a compreensão do modo de construção seja de um texto ou de uma imagem" Piaget


Nesta semana minha reflexão é baseada na releitura de imagens, pois é o que vem atraindo os meus alunos em sala de aula. Eu uso a massinha de modelar para que criem os personagens da Hora do Conto.

A Releitura não é cópia. A cópia também é um recurso didático possível, quando queremos realizar estudos de estilo, de técnica, estudos comparativos, mas não deve estar associada à releitura, que requer não copiar a obra escolhida, mas recriá-la sob uma nova ótica.

Através da releitura posso exercitar a habilidade de ver, julgar, interpretar, compreender e por o aluno em contato com o processo de criação, de uma imagem, de uma obra ele aprenderá traduzir plasticamente o que não comporta apenas em palavras ou gestos, ao colocar suas vivências, suas interpretações no trabalho produzido.

Piaget ao descobrir os estágios do desenvolvimento da criança, provocou escândalos ao mostrar que o desenvolvimento do pensamento lógico precede a idade da razão e, inclusive, a linguagem e assinalando que há uma perfeita continuidade entre a criança que constrói seu mundo e o cientista que constrói uma teoria à cerca desse mundo.

Na releitura de imagens a criança tem a possibilidade de reproduzir este mundo sob um novo olhar algo que já tenha lido anteriormente e no caso dos meus alunos eles leram os personagens da História do Choco.

Para Barbosa, Ana Mae “toda e qualquer imagem estética produzida pelo homem, seja ela uma obra de arte ou não; incluem-se também, além das manifestações do código visual, aquelas pertencentes aos sistemas cênico, musical e mesmo o verbal”.

E a releitura dos personagens com as massinhas de modelar trouxe um sentido novo para a turminha, que fora o agito estão aprendendo através da Hora do Conto semear atitudes mais doces como os personagens (mãe ursa que adotou Choco), criando um novo contexto familiar onde o amor fala mais alto que laços de sangue. E que sem o querer ou por uma razão o aluno K me elegeu mãe de coração, pois quando inexistem laços familiares é normal eles transferir ao professor esta afetividade.

Como Freud cita: “é difícil dizer se o que exerceu mais influência sobre nós e teve maior importância foi a nossa preocupação com as ciências que nos eram ensinadas, ou pela personalidade de nossos mestres.”

A transferência é uma manifestação inconsciente e como tal, pode nos deixar em armadilhas tais como nos atos falhos, pois através da transferência podemos nos inclinar ou rejeitar pessoas que estão à nossa volta sem aparentemente sabermos o por quê.Dessa forma, sentimentos de simpatia ou rejeição gratuitos que tanto o professor pode sentir em relação a algum aluno, assim como algum aluno em relação ao professor, podem ter origem nesta premissa, já que “os relacionamentos posteriores são obrigados a arcar com uma espécie de herança emocional(...) Todas as escolhas posteriores de amizade e de amor seguem a base das lembranças deixadas por esses primeiros protótipos” (Freud, p. 287).

Justifica-se aqui talvez a rejeição sentida por alguns alunos em relação a mim como educadora. Este tema rendeu esta semana para mim uma busca maior de textos para buscar respostas e para que eu também possa junto deles ir Semeando Atitudes mais Doces.

BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil:

Kupfer, Maria Cristina (Freud, S.A transferência na relação professor-aluno)

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Rejeições, resistências acontecem, e tem um significado, como percebeste, Jurema! Mas o legal disso, é que são exercícios que nos fazem olhar para nós mesmos e aprendermos a lidar melhor com o que vem do outro, não é mesmo! Bjs, Maura -tutora do SI